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Hélder Amaral: «Visto de Fora»
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012 Publicado por Unknown

Hélder Amaral
Deputado do CDS-PP
O que pode pensar alguém que de fora do país tente perceber o que se passa neste jardim à beira-mar plantado? O que se pode aferir pelos comentários e avaliações, sobretudo entre os investidores financeiros, é que a perceção é de confiança, que se traduz em investimentos e nas privatizações. Por cá parece que há uma intenção de deitar por terra essa relativa boa imagem que ainda vamos tendo no exterior. Uns especializam-se em soundbytes e outros bitaites quase sempre pela boca dos “comentadores do regime”, quase sempre ex-responsáveis do regime, com as mãos sujas de dívida e défice. Os jornais mostram primeiras páginas cheias de intriga e da fast-politic, que escondem - voluntaria ou involuntariamente - a situação muito complicada do país, dificultando assim que se perceba a atual real situação, o que poderia permitir uma discussão séria e profunda das soluções que são propostas. Será que quem nos vê de fora acha que a polícia devia ficar mais uma ou duas horas a ser apedrejada, ou que compreende que duas centenas de estivadores da classe A, ou chamados «históricos», somem greves e pré-avisos de greve de forma contínua pela simples razão de não quererem que os seus colegas da classe B e C, por exemplo, possam também eles ter acesso horas extraordinárias???

Visto de fora, este Partido Socialista parece, no mínimo, contraditório. Não se percebe como é que um partido que negociou ponto por ponto o programa de ajustamento do país esteja contra todas as medidas que procuram esse mesmo ajustamento que negociou. O PS escolheu um caminho, mas agora diz que quer ir por outro, às vezes mesmo em sentido contrário; agora parece querer discutir a reforma do Estado, sim, mas não quer ouvir falar em cortes ou encerramentos, ou redução de funcionários públicos, mesmo aqueles que em vésperas de eleições resolveram admitir para tentarem uma vitória, a que se juntou um aumento dos funcionários públicos de 2,9 %; ou as prestações sociais que concedeu em véspera das eleições de 2009, para no ano seguinte cortar esses mesmas prestações… O PS alega que pretendia responder à crise, e aumentou-a. Confuso? Claro que sim. Agora imaginem quem vê de fora…

O PS pediu, esbracejou, denunciou que faltavam políticas de emprego e crescimento. Pois bem, alguém se lembra de alguma? Acusa o governo de estar viciado em austeridade, que há outro caminho, mas não diz qual. Teme novas eleições, porque sabe que não consegue governar em dificuldade, e porque lá no fundo sabe que o cumprimento do que o próprio PS negociou é mesmo a melhor solução. Se assim não fosse, o PS teria apresentado, na discussão do orçamento, propostas para repor os dois subsídios, ou para revogar a sobretaxa de 3,5%. Não o fez, porque sabe que não há outra solução. Durante décadas esbanjou mais do que ninguém, porque nos últimos 16 anos governaram 14. O PS sabe, e faz de conta que não sabe, que o País não vai aos mercados porque foi ele que pediu os 78 mil milhões de euros com os quais temos vivido. Sabe que o crescimento económico é praticamente nulo, pela simples razão que isso estava previsto no memorando que negociou, e onde se esqueceu de incluir as tão necessárias politica de crescimento e emprego. Sabe que o País está endividado por várias gerações, porque deixou para 2014, entre outras, 6 autoestradas para começar a pagar, quando a dívida pública, segundo o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, pode chegar em 2013 a 123,7%.

O Governo sabe, e tem dito, que a margem de manobra é muito reduzida. Não há dinheiro. O País perdeu tempo, não fez o trabalho de casa, as reformas há muito anunciadas e nunca feitas, os lóbis que todos prometem enfrentar mas que permanecem. Precisamos de fazer opções duras, mas inevitáveis. Queremos regressar a um desenvolvimento económico e social? Ou queremos fazer de conta? Queremos manter o Estado tal como está e ainda assim baixar impostos, inaugurar piscinas, pavilhões, rotundas, cineteatros em muitos casos onde já não mora quase ninguém? Precisamos de um eleitorado exigente, mais do que uma oposição exigente. Precisamos de ter um Estado mais eficaz e eficiente, que garanta as funções sociais essenciais, e que custe menos dinheiro. Ou seja, que Portugal e os portugueses possam pagar”.

Unknown

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