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Acácio Pinto: «A educação está na mira da privatização!»
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012 Publicado por Unknown

Acácio Pinto
Deputado do PS
A escolaridade pública gratuita está ameaçada. E se os indícios eram todos de grande preocupação face às medidas que Nuno Crato tem vindo a tomar, de elitização e de seletividade, para a escola pública, agora não restam dúvidas sobre as verdadeiras intenções do atual governo.

Foi pela voz de Passos Coelho, numa sua recente entrevista a uma televisão, que ficámos a saber que temos que repensar o financiamento da educação. Disse mesmo que “temos uma Constituição que trata o esforço do lado da educação de modo diferente do da saúde. Isso dá-nos alguma margem de liberdade na área da educação para poder ter um sistema de financiamento mais repartido entre o que pagam os cidadãos e a parte fiscal, que é paga pelo Estado”.

Ou seja, o governo está a preparar o fim da gratuitidade da escolaridade obrigatória. Os copagamentos na educação estão a caminho.

Porém, face às onde de choque desta declaração, Nuno Crato, primeiro e Passos Coelho, depois, vieram a terreiro dizer que não havia sido dito aquilo que todos tinham percebido que foi realmente dito.

E se dúvidas existissem, bastar-nos-ia ler textos de Passos Coelho de 2010, para perceber qual o seu pensamento nesta matéria. Senão vejamos as suas ideias de há dois anos atrás: “É indispensável organizar um ambicioso programa de combate aos desperdícios nas políticas públicas mais pesadas, como são a Saúde e a Educação, fundadas na melhoria da nova gestão pública, no incentivo à livre escolha e na introdução de copagamentos pelos serviços prestados, com salvaguarda dos mais desfavorecidos”.

Portanto, a linha está traçada. O rumo está definido e o ataque à escola pública está aí, para prosseguir.

Aliás, não foi por acaso que a primeira medida deste governo nesta matéria (portaria 277/2011 com efeitos a 1 de setembro de 2011) foi a de aumentar o financiamento das turmas dos colégios com contrato de associação que passou de 80.080 euros para 85.288 euros por turma. E o mais grave de tudo isto é que nos estamos a confrontar com situações de sobreposições na rede escolar, ou seja, são as próprias comunidades a dizer que há capacidade na escola pública para receber os alunos, mas mantêm-se as mesmas turmas no privado.

Ou seja, os dados começam todos a bater certo e o puzzle começa a encaixar. E encaixa ainda mais se falarmos em cheque-ensino, em liberdade de escolha e em rankings. Tudo conceitos que têm sido trazidos para o debate político nos últimos tempos com um único objetivo: o de criar um corpus sustentador para as decisões de “privatização” da educação que está na matriz neoliberal deste governo.

Com base na carta dos direitos fundamentais, na constituição da república portuguesa e sabendo do contributo da educação para a equidade entre os cidadãos o PS opor-se-á a esta deriva irracional de copagamento da escolaridade obrigatória.

Unknown

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1 comentários para "Acácio Pinto: «A educação está na mira da privatização!»"

  1. Anónimo

    "E o mais grave de tudo isto é que nos estamos a confrontar com situações de sobreposições na rede escolar, ou seja, são as próprias comunidades a dizer que há capacidade na escola pública para receber os alunos, mas mantêm-se as mesmas turmas no privado."
    Se estas escolas têm o mesmo número de turmas que as públicas, é porque os pais reconhecem o seu verdadeiro valor. Pelo que consta são mais baratas que as estatais e não fazem parte dos megaagrupamentos. O estado devia alargar os contratos de associação em nome da qualidade de ensino.

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